CONFERÊNCIA
BÍBLICA DE 1919
Quatro anos após a morte da Sra. White a Igreja Adventista do Sétimo Dia
reuniu teólogos, redatores, eruditos, professores numa tentativa de chegar a um
consenso sobre a validade do ministério de Ellen G. White. Eles se reuniram na
sede denominacional em Takoma Park, Washington, D.C., durante uma conferência
que duraria boa parte dos meses de julho e agosto. Mais de 50 pessoas
participaram. Eis os nomes e posições de alguns dos mais destacados dentre
eles:
Arthur G.
Daniells, Presidente da Associação Geral
G. B. Thompson, Secretário de Campo da Associação Geral
W. W. Prescott, Secretário de Campo da Associação Geral
C. S. Longacre, Secretário da Assoc. de Liberdade Religiosa
F. M. Wilcox, Redator
da Review and Herald
L. L. Caviness,
Redator-associado da Review and Herald
W. E. Howell, Redator
do Christian Educator
A. O. Tate, Redator
de Signs of the Times
M. C. Wilcox, Editor de livros da Pacific Press
T. M. French, Diretor da Escola
de Teologia do Emmanuel Missionary College (atual Universidade Andrews)
W. H. Wakeham, Professor de Bíblia
do Emmanuel Missionary College (atual Universidade Andrews)
C. M. Sorenson, Professor de História do Emmanuel Missionary College
M. E. Kern, Presidente do Seminário de Missões Estrangeiras (atual Columbia Union
College)
H. C. Lacey, Professor de Religião do Seminário de Missão Estrangeira
C. L. Taylor, Chefe do Departmento de Bíblia do Canadian Junior College
J. N. Anderson,
professor de Bíblia no Washington Foreign Mission Seminary
W. G. Wirth, Professor de Religião do Pacific Union College.
Em 30 de julho e 1o.
de agosto as reuniões giraram especialmente em torno de Ellen White como o
“espírito de profecia”. Segundo as atas oficiais, onze vezes durante aqueles
dois dias os mais altos oficiais da IASD pediram que se tomasse uma decisão
oficial quanto a sua inspiração; e onze vezes tal decisão foi evitada.
Ao término da Conferência, os dirigentes máximos do adventismo do sétimo
dia chegaram a um consenso em 11 questões-chave concernentes ao ministério da
Sra. White:
1. ELLEN WHITE NÃO ERA
VERBALMENTE INSPIRADA.
A. G. Daniells:
Assumo a posição de que NÃO SÃO VERBALMENTE INSPIRADOS, e que
foram aprimorados e postos em forma gramatical apropriada por secretárias. . .
. Não resolve nada que alguém se levante
e fale sobre a inspiração verbal dos Testemunhos, porque quem quer que tenha
visto o trabalho [de sua composição] sendo realizado sabe melhor. . . .
F. M. Wilcox:
Tenho sabido por longos anos a forma em que as obras da Irmã White foram compostas
e seus livros compilados. NUNCA ACREDITEI NA INSPIRAÇÃO VERBAL DOS TESTEMUNHOS.
G. B. Thompson: Eles
NÃO
SÃO VERBALMENTE INSPIRADOS, e sabemos disso, e que adianta ensinar
que sejam?
2. ELLEN WHITE NÃO ERA
INFALÍVEL COMO PESSOA:
A. G. Daniells:
Agora, quanto à infalibilidade. . . . Quando se toma a posição de que ela não
era infalível, e que os seus escritos não eram verbalmente inspirados, não
ocorre uma chance para a manifestação do humano?. . . E deveríamos nos
surpreender quando SABEMOS QUE O INSTRUMENTO ERA FALÍVEL, e que as
verdades gerais, como ela diz, foram reveladas, e então NÃO ESTAMOS
PREPARADOS PARA VER ERROS?
3. ELLEN WHITE NÃO ERA
INFALÍVEL EM SUAS INTERPRETAÇÕES DA BÍBLIA:
C. L.
Taylor: Queria pedir-lhe que discutisse
conosco o valor exegético dos Testemunhos. . . . São dignas de confiança as
explicações bíblicas que ela dá? . . .
A. G. Daniells: Pode
dar-se que em algumas questões bem críticas venham A OCORRER ALGUMAS DIFICULDADES.
4. ELLEN WHITE NÃO É
UMA AUTORIDADE EM QUE TRADUÇÃO BÍBLICA EMPREGAR:
A. G. Daniells: NÃO CREIO que a Irmã White desejava absolutamente estabelecer a certeza de uma
tradução. Não creio que ela tinha isso em mente, ou tinha qualquer coisa a ver
com o apor seu selo de aprovação sobre a versão autorizada ou sobre a versão
revisada quando as citava.
5. ELLEN WHITE NÃO É
PRECISA EM HISTÓRIA NEM NO CUMPRIMENTO DE PROFECIAS BÍBLICAS;
A. G. Daniells: Nunca fui a seus
escritos para obter a história que encontro em outros escritos como declaração
histórica positiva concernente ao cumprimento de profecia. . . . SOMOS
ADVERTIDOS QUANTO A EMPREGAR A IRMÃ WHITE COMO HISTORIADORA. Ela
nunca reivindicou sê-lo. Fomos advertidos quanto a colocar declarações
encontradas em seus escritos contra vários relatos históricos baseados em
fatos.. . .
H. C. Lacey: . . . E não é a prova final do espírito de
profecia seu valor espiritual, antes que sua exatidão histórica?
A. G. Daniells:
Sim, penso que sim.
6. ELLEN WHITE NÃO
DEVE SER UTILIZADA PARA ESTABELECER CONTROVÉRSIAS QUE SURGEM DE DIFERENTES
INTERPRETAÇÕES DE TEXTOS BÍBLICOS:
W. W.
Prescott. Alguns dos irmãos aqui se
recordam muito bem de uma séria controvérsia sobre a interpretação do oitavo
capítulo de Daniel, e houve alguns dos irmãos que tomaram posição contra o que
foi chamado de “nova opinião”, e tomavam os escritos dela para defenderem o seu
ponto de vista. ELA ESCREVEU ÀQUELES IRMÃOS INSTRUINDO-OS A NÃO SE VALEREM
DOS SEUS ESCRITOS A FIM DE RESOLVEREM AQUELA CONTROVÉRSIA.
J. N. Anderson: A
que ponto tomaria essa palavra da Irmã White como uma declaração geral sobre os
seus escritos?
A. G.
Daniells: Penso que isso foi específico
para aquele caso, MAS CREIO QUE DEVEMOS USAR O MESMO JUÍZO QUANTO À
UTILIZAÇÃO DE SEUS ESCRITOS EM OUTROS CASOS.
7. As mensagens de
saúde de Ellen White não são regulamentos aplicáveis a todos em todas as situações:
A. G. Daniells. É
bem sabido a partir dos próprios escritos e de contatos pessoais com a Irmã
White, e pelo senso comum, que em viagens e em conhecimento de diferentes
partes do mundo, que a instrução apresentada nos TESTEMUNHOS NUNCA TEVE A INTENÇÃO DE
SER UM REGULAMENTO INTEGRAL E UNIVERSAL PARA O COMER E BEBER DAS PESSOAS.
. . .
8. ELLEN WHITE COPIOU
DE OUTROS AUTORES SEM DAR-LHES CRÉDITO ENQUANTO REINVIDICAVA SER INSPIRADA POR
DEUS:
A. G.
Daniells: Agora sabem algo a respeito
daquele livrinho, The Life of Paul [A Vida de Paulo]. Vocês estão a par da
dificuldade que tivemos com relação a ele. JAMAIS PODERÍAMOS REIVINDICAR
INSPIRAÇÃO NO PENSAMENTO INTEGRAL E COMPOSIÇÃO DO LIVRO, PORQUE FOI POSTO DE LADO,
EM VISTA DE TER SIDO PREPARADO DESCUIDADAMENTE. CRÉDITOS
NÃO FORAM ATRIBUÍDOS A AUTORIDADES APROPRIADAS, E ALGUMA COISA INTRODUZIU-SE NO
CONFLITO DOS SÉCULOS. . . . Suponho que todos saibam de como
acusações foram levantadas contra ela, alegações de plagiarismo, mesmo pelos
autores da obra, Conybeare and Howson, e estavam a ponto de trazer problemas
para a denominação POR HAVER GRANDES PORÇÕES DO LIVRO DELES INTRODUZIDAS
no The Life of Paul sem quaisquer créditos ou aspas. . . . Descobri o fato, e li-o com o Irmão
Palmer quando ele o encontrou; apanhamos Conybeare and Howson, e o História da
Reforma de Wylie, e lemos palavra por palavra, página após página, e nenhuma
citação, nenhum crédito, e realmente EU NÃO SABIA A DIFERENÇA ATÉ QUE COMECEI A COMPARÁ-LOS. EU SUPUNHA
QUE ERA OBRA DA PRÓPRIA IRMÃ WHITE! . . . Ali eu vi a manifestação
do humano nesses escritos. Logicamente, eu poderia ter dito isso, e realmente o
fiz, que desejaria que um rumo diferente fosse dado à compilação dos livros. SE CUIDADO APROPRIADO
TIVESSE SIDO EXERCIDO MUITAS PESSOAS TERIAM SIDO POUPADAS DE SEREM LANÇADAS
FORA DO CAMINHO.
W. W.
Prescott: Não desejo acusar ninguém. Mas
CREIO
QUE GRANDES ERROS FORAM COMETIDOS DESSE MODO. . . . Quando conversei com W. C. White a respeito
do assunto (e não imagino que ele seja uma autoridade infalível) ele me disse
com franqueza que QUANDO PREPARARAM O GRANDE CONFLITO, SE NÃO ENCONTRAVAM EM
SEUS ESCRITOS ALGO EM CERTOS CAPÍTULOS PARA REALIZAR AS CONEXÕES HISTÓRICAS,
TOMAVAM OUTROS LIVROS, como Daniel e Apocalipse, e usavam porções
deles; E ÀS VEZES SUAS SECRETÁRIAS, E OUTRAS VEZES ELA PRÓPRIA, PREPARAVAM UM
CAPÍTULO QUE PREENCHESSE O ESPAÇO.
9. A INSPIRAÇÃO DIVINA
DE ELLEN WHITE É QUESTIONÁVEL:
F. M.
Wilcox: Gostaria de perguntar, Irmão Daniells,
se se poderia admitir, como um tipo de regra, QUE A IRMÃ WHITE PODERIA ESTAR
ERRADA EM DETALHES, mas em praxe e instrução geral ela era uma
autoridade. . . . Parece-me que eu teria de aceitar o que ela declara em
algumas dessas políticas gerais ou teria de descartar tudo o mais. Ou o Senhor
falou mediante ela ou não. . .; e se é uma questão de decidir em meu próprio
juízo se Ele o fez ou não, então CONSIDERO OS SEUS LIVROS NA MESMA CATEGORIA DE
TODOS OS DEMAIS LIVROS PUBLICADOS. Creio ser uma coisa para um homem
estultificar sua consciência, e é outra coisa estultificar o seu julgamento.
Uma coisa para mim é pôr de parte minha consciência, e outra coisa é mudar meu
julgamento a respeito de algumas posições que eu sustento.
A. G. Daniells: Não criamos essa
dificuldade, criamos? NÓS, HOMENS DA ASSOCIAÇÃO GERAL, NÃO CRIAMOS ISSO, POIS NÃO
FIZEMOS A REVISÃO. Não tivemos parte nisso. Nada tivemos a ver com
isso. TUDO
FOI FEITO SOB A SUPERVISÃO DELA. SE HÁ UMA DIFICULDADE AÍ, ELA A CRIOU, NÃO FOI?
10. SE OS ESCRITOS DE
ELLEN WHITE TINHAM DE SER CORRIGIDOS, COMO PODE ELA REIVINDICAR QUE O RESTANTE
DE SUA OBRA FOI INSPIRADA?
W. W.
Prescott: Eis a minha dificuldade. Eu
passei por isso e sugeri mudanças que deveriam ser feitas a fim de corrigir
declarações. Essas alterações foram aceitas. Minha dificuldade pessoal será
reter a fé nessas coisas com que não posso lidar nessa base”. . . . SE CORRIGIMOS
ISSO AQUI E CORRIGIMOS ALI, COMO IREMOS FICAR FIRMES COM ISSO EM OUTROS LUGARES?
11. SE A IGREJA
TIVESSE FALADO A VERDADE A RESPEITO DE ELLEN WHITE NÃO ESTARIA AGORA
DEFRONTANDO AS DIFICULDADES QUE TEM PELA FRENTE.
G. B. Thompson: Creio
que estamos nesse impasse devido a uma educação errada que nosso povo obteve.
[Voz: Isso é verdade.] SE SEMPRE TIVÉSSEMOS ENSINADO A VERDADE SOBRE ESTA QUESTÃO,
NÃO TERÍAMOS NENHUM PROBLEMA OU CHOQUE NA DENOMINAÇÃO AGORA. MAS O
CHOQUE SE DÁ PORQUE NÃO ENSINAMOS A
VERDADE. . .
DOCUMENTOS GUARDADOS A
SETE CHAVES
Após abordar cada uma
dessas questões e chegar a um acordo não oficial a respeito, o Presidente da
Assoc. Geral, A. G. Daniells, solicitou que as atas oficiais de suas discussões
ficassem TRANCADAS PELOS PRÓXIMOS 50 ANOS.
A melhor oportunidade para que a liderança da igreja comunicasse “a verdade”
sobre Ellen G. White à comunidade adventista havia passado.
Os registros oficiais da Conferência Bíblica de 1919
foram arquivado num cofre da sede da Assoc. Geral até dezembro de 1974, quando
o Dr. F. Donald Yost que ali trabalha, os descobriu embrulhados em papel num
cofre. Os pacotes continham cerca de 2.400 páginas datilografadas, transcritas das
anotações estenográficas tomadas durante as reuniões. Trechos relevantes foram
publicados em Spectrum, Volume 10, No. 1.
VEJA AGORA O QUE A PRÓPRIA
SRA. WHITE ESCREVEU:
"Minhas visões foram escritas INDEPENDENTEMENTE DE LIVROS E OPINIÕES DE OUTROS. (Manuscrito 27 de 1867. Extraído de “Ellen G.
White-Mensageira da Igreja Remanescente” , Pg. 35, de autoria de seu neto
Arthur L. White).
"Se bem que eu dependa tanto do Espírito do
Senhor ao escrever minhas visões como quando as recebo, TODAVIA AS PALAVRAS QUE EMPREGO SÃO MINHAS PRÓPRIAS, a não ser
que sejam as que foram proferidas por um anjo, as quais ponho sempre entre
aspas." (Review and Herald, 8/10/1867. Extraído de “Ellen G.
White-Mensageira da Igreja Remanescente” , Pg 29).
"A Bíblia deve ser o vosso conselheiro.
Estudai-a e os Testemunhos que Deus tem dado; pois ELES NUNCA CONTRADIZEM SUA PALAVRA."
(Carta 106, 1907). Mensagens Escolhidas vol. 3 pg.32
"Se os
Testemunhos não falarem de acordo com a Palavra de Deus, REJEITAI-OS.
Cristo e Belial não se unem." (Testimonies, vol. 5, pág. 691).
Diante dos fatos apresentados, tire você
mesmo as suas conclusões!!!!!